Por Fernanda Araujo

Ontem (21) o vereador Agamenon Sobral (PP) mais uma vez fez críticas ao Sindicato dos Trabalhadores da Rede Pública Estadual de Ensino (Sintese) e aos professores brasileiros. Dessa vez ele defendeu que o governo federal precisaria fazer um projeto nos moldes do ‘Mais Médicos’, para a educação. Segundo o vereador, o governo deveria importar professores cubanos para melhorar a qualidade do ensino público nacional. Na sessão desta quinta-feira (22), da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) o publicano voltou a abordar o tema.

Baseado em um editorial publicado na revista Veja escrito por Gustavo Loschpe, sobre os professores públicos de todo o Brasil, o vereador ressaltou a situação precária dos salários de professores em Cuba, que recebem cerca de 28 dólares, o equivalente a R$ 60, diferente dos sergipanos que ganham o piso de R$ 1.597, ou seja, cerca de 700 dólares. Para o articulista, os professores ignoram a realidade com discursos vitimizados pela liderança de que o professor é um herói desvalorizado, abandonado pelos governantes, que faz o melhor possível com o pouco que recebe. De acordo com Loschpe, a imagem que a categoria vende não é a de profissionais competentes e comprometidos, mas a de coitados.

 “Cuba não é o modelo para o governo do PT? Então, manda trazer os professores também. Um professor no estado de Sergipe tem um piso que é 100 vezes mais do que o que ganham os professores em Cuba. O modelo de Cuba serve para Aracaju, vou até pedir para trazerem uns professores de lá para cá. Já que os professores daqui não querem trabalhar, vamos contratar uns de Cuba que ainda vai ser mais barato”, ironizou Agamenon, segundo matéria da Câmara Municipal.

O professor Roberto Silva (foto), um dos diretores do Sintese, rebateu as declarações do vereador. “O que ele (Agamenon) quer é plateia. Não há problema em contratação de professores cubanos, mas o problema não é a falta de professores aqui. Nós temos professores suficientes em Sergipe. Sergipe é um estado com muita faculdade de formação de professores. O problema é a gestão. Muitos professores são retirados da sala de aula pelas gestões”, diz.

Segundo a vice-presidente do sindicato, Ivonete Cruz, o vereador tem feito ataques diversos aos professores e ao sindicato com termos pejorativos sobre as ações do Sintese. “Tem nos atacado de diversas formas sem prova nenhuma, dizendo que os professores são preguiçosos e não querem trabalhar. É uma falta de respeito à categoria que tem um papel importante na sociedade. Ele não prova nada de Cuba, que é um pais socialista e comunista”, afirma.

A professora antecipou que a direção estará discutindo com a assessoria política do sindicato essa semana para elaborar um texto dando uma resposta definitiva a Agamenon  - “para ser publicado nos jornais, principalmente, aqueles que estão dando espaço a ele”, resume.

Foto: arquivo F5 News/Adriana Menezes

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