O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (23), que mulheres de 40 a 49 anos poderão realizar mamografias no Sistema Único de Saúde (SUS), mesmo sem sinais ou sintomas de câncer. Até então, o exame nessa faixa etária dependia de histórico familiar ou de manifestações clínicas. A decisão busca ampliar o diagnóstico precoce, já que esse grupo concentra 23% dos casos da doença.

José Cruz/Agência Brasil

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a medida é histórica e fortalece o sistema público: “Estamos ampliando o acesso em uma faixa etária que concentra quase um quarto dos casos. Enquanto alguns países erguem barreiras, o Brasil dá o exemplo ao priorizar a saúde das mulheres”.

Além disso, o rastreamento ativo, que determina a realização preventiva da mamografia a cada dois anos, passará a abranger mulheres até 74 anos, antes, o limite era 69. A mudança atende ao fato de que quase 60% dos diagnósticos ocorrem entre os 50 e 74 anos, período em que o envelhecimento se torna fator de risco.

Em 2024, o SUS realizou cerca de 4 milhões de mamografias de rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos. O câncer de mama é o tipo mais comum e o que mais mata mulheres no Brasil, com 37 mil casos registrados ao ano.

A ampliação do acesso aproxima o país de práticas internacionais, como as adotadas na Austrália, e integra o conjunto de ações do programa Agora Tem Especialistas, que inclui atendimento móvel em 22 estados e a oferta de medicamentos mais modernos para tratamento.