Não é dos melhores o clima na Câmara Municipal de Aracaju (CMA). A um ano da campanha para as Eleições 2024, vereadores até então tido como aliados andam se estranhando no parlamento municipal por conta de divergências a respeito da definição quanto a futura candidatura do bloco governista para sucessão do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT). 

Antes do encerramento da sessão plenária desta quinta-feira (24), os vereadores Nitinho Vitale (PSD), Vinicius Porto, Professor Bittencourt (ambos do PDT) e Emília Correia (Patriotas) trocaram farpas.

Em um tom sereno, Nitinho pediu explicação pessoal para responder à acusação de deslealdade ao prefeito Edvaldo, e também para responder às declarações do governador Fábio Mitidieri (PSD), que foi à imprensa criticar os últimos movimentos do correligionário, que tenta viabilizar sua pré-candidatura à prefeito.

“O que eu disse na imprensa sobre Edvaldo eu também falei a ele. Só pode falar de lealdade quem tem história”, publicou Nitinho posteriormente em uma rede social, reproduzindo trecho de sua fala na tribuna.

Na ótica do professor Bittencourt, a tentativa do que chamou de imposição de candidatura por parte de Nitinho revela “ingratidão e arrogância”, além de enterrá-la “com uma pá de cal, ao menos neste bloco”. 

Já Emília e Vinicius também divergiram sobre a respectiva atuação parlamentar de cada.

Os ânimos exaltados do legislativo municipal traduzem não apenas a escassez de coesão, neste momento, sobretudo do agrupamento de situação, mas também certa insatisfação de parcela considerável da base aliada com o tratamento recebido por parte da gestão que, no entendimento de alguns vereadores, deveria ser mais atencioso. 

No mês passado, o prefeito Edvaldo Nogueira recriou a pasta da Articulação Política numa tentativa de estreitar os laços com a Câmara e, na semana passada, começou a liberar as emendas impositivas dos vereadores.

No entanto, um movimento de 15 vereadores de aproximação do ex-deputado federal André Moura, encabeçado pelo vereador Nitinho, gerou bastante insatisfação no Executivo municipal, motivando inclusive a reação atípica do governador.

Para tentar apaziguar a situação, o presidente da CMA, Ricardo Vasconcelos (Rede), contemporizou as discussões afirmando que a decisão final (a respeito da candidatura) será tomada com a opinião de todos, sem dois pesos e duas medidas.