Doze anos após deixar a presidência do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retorna ao cargo máximo do Executivo do país, com quase 51% dos votos válidos. Em uma disputa acirrada, Lula conseguiu um feito inédito na história do país: ganhar uma eleição tendo como adversário o atual presidente.

Ricardo Stuckert/Divulgação

Jair Bolsonaro (PL), que teve pouco mais de 49% dos votos válidos, começou liderando no início da apuração, mas a virada veio por volta das 18h45.

Assim como no primeiro turno, Lula liderou em todos os estados do Nordeste, além dos estados de Minas Gerais, Pará, Tocantins e Amazonas. Em Sergipe, ele conquistou mais de 67% dos votos válidos, contra quase 33% de Bolsonaro.

O presidente eleito conquistou o cargo pela primeira vez em 2002, quando derrotou José Serra (PSDB) no segundo turno. Em 2006, foi reeleito também no segundo turno, tendo como adversário Geraldo Alckmin (PSB), seu atual vice.

Iniciando sua atuação política no meio sindicalista, Lula também já havia concorrido nas duas eleições anteriores - 1994 e 1998 -, sendo derrotado em ambas por Fernando Henrique Cardoso no primeiro turno.

Seus governos foram marcados pelo combate à pobreza e à fome. Junto a sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) conseguiu tirar o Brasil do mapa da fome em 2014.

Em 2010 , Lula foi condecorado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o título de “Campeão Mundial na Luta Contra a Fome”. 

A gestão do petista também foi permeada por escândalos de corrupção. Em 2017 e 2018, Lula foi considerado culpado nos julgamentos dos casos do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia, sendo condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. 

A prisão foi determinada pelo Juiz Sérgio Moro, que posteriormente ocupou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil no governo Bolsonaro.

Após cumprir 580 dias da sentença, Lula foi solto em novembro de 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que a prisão em segunda instância seria inconstitucional, determinando que os réus só poderiam ser presos quando não coubessem mais recursos. 

Posteriormente, em 2021, o Tribunal anulou as condenações de Lula por motivos técnicos e os processos prescreveram.