Por Joedson Telles

Ex-deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, o advogado João Fontes (hoje fora da política) se vale da sua experiência de anos dentro do partido para sentenciar que a corrente petista Articulação de Esquerda, que se opõem radicalmente ao PT fazer um acordo com DEM, visando as eleições de 2014, só não dividirá o palanque com os históricos adversários se o governador Marcelo Déda (PT) não quiser – evidente desde que o DEM aceite também o entendimento. Fazem parte da Articulação a deputada estadual Ana Lúcia e o vereador Iran Barbosa.

“A Articulação de Esquerda fica com João Alves, como ficou com Amorim. Esperneiam, mas vão ter que engolir o que for determinado por Déda. O que ele quiser. Sempre foi assim. Espernearam, mas, em 2010, foram para o palanque dos irmãos Amorim – os filhos de João. Por que não subir no palanque do pai? Qual a diferença?  Não tem diferença nenhuma”, acredita o ex-deputado petista.

Segundo João Fontes, feita sem ideologia, a política de hoje se transformou em “briga de quadrilhas”. Ele observou que o Congresso Nacional não discute os temas importantes para a sociedade como a questão da seca, que prejudica o Nordeste.

“Qual é a pauta do Congresso Nacional? Só briga. Não tenho a menor vontade de voltar à política. Se dissessem você é senador sem gastar, eu ainda não queria. Gastam R$ 10 milhões para ser deputado federal, que durante todo o mandato só ganha R$ 1 milhão. Política é um péssimo negócio. Minha paixão é minha mulher, minha filha e meus amigos”, disse. João afirmou também que percebe nas ruas de Sergipe que o eleitor passou a ter ódio aos políticos. A exceção, segundo ele, é o prefeito João Alves, que se tornou muito forte eleitoralmente. “Eu costumo dizer que Edvaldo Nogueira ressuscitou um morto. Os eleitores estão dizendo nas ruas: ‘os políticos são todos iguais, mas João é quem faz’”, disse João Fontes.