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Planos de saúde tentam conter perda de usuários
Em um ano, mais de três mil pessoas cancelaram seguros de saúde suplementar em Sergipe
Economia 09/06/2017 13h24 - Atualizado em 09/06/2017 15h33 |


Por Fernanda Araujo

Em um ano, cerca de três mil sergipanos deixaram de ter plano de saúde, seja privado, coletivo ou individual. Entre o ano passado e o início de 2017, o número de pessoas que possuíam algum plano caiu de 320 mil para 317 mil, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômico de Sergipe (Dieese). No país, nos últimos dois anos, a perda foi de 2,6 milhões de usuários, no universo de 50 milhões de brasileiros.

Para o presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) da Regional Pernambuco, Flávio Wanderley, a perda de usuários é reflexo da crise econômica e do alto índice de desemprego, que chegou ao patamar de 14 milhões de brasileiros, o que gera consequências para as operadoras – atualmente existem 800 atuando no país.

“Evidentemente a operadora vai ter custo maior, vai ter que ratear os custos sem prejuízos aos usuários remanescentes, trabalhar com planejamentos econômicos e estratégicos, contingenciar setores supérfluos. As operadoras de medicina de grupo hoje verticalizam suas atividades, o que significa que adquirem hospitais, clínicas, colocando-se diretamente com seus usuários, isso reduz custos”, afirmou durante encontro com a imprensa nesta sexta-feira (9).

Diante ainda do aumento nos planos de saúde que, em maio, sofreu reajuste de 13,5%, acima da inflação, que vai até abril de 2018 – determinado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – não está sendo fácil para o consumidor manter o benefício, levando a colocá-lo em primeiro lugar na lista de corte de gastos. Nesse cenário, as operadoras tentam buscar alternativas para atrair usuários.

“Realmente é caro para quem vai pagar, mas para o prestador do serviço é muito mais caro porque os insumos médicos são elevados, a prestação de serviço e assistência médica é cara, as planilhas de custos são elevadíssimas; as operadoras tem que se esforçar. Estamos trabalhando estrategicamente para retomar nossos usuários, com programas de promoção à saúde, de negociação contratual, mostrando a força da prestação do serviço. Ninguém sai da saúde porque quer, às vezes a necessidade impõe. Temos a convicção que isso será momentâneo, embora seja uma crise peculiar, com certeza a gente vai ultrapassá-la”, acredita Wanderley.

Alguns dos desafios que fazem parte da dinâmica de redução de custos, segundo Flávio Wanderley, são trabalhar para maior resolutividade nos diagnósticos e melhora na performance do atendimento médico, que os usuários utilizem o serviço quando necessário e, além disso, combater as fraudes e abusos econômicos. Ele afirma que se houvesse transparência entre fornecedores e operadoras, nas planilhas de custos por exemplo, reduziria em 20% o custeio dos planos, consequentemente, tornaria compatível o preço ao salário do usuário.

“Estamos com cinco ações judiciais contra as matrizes de fabricantes e distribuidoras de próteses, órteses e ferramental, que ficam nos Estados Unidos. Temos denúncias graves de más práticas em hospitais privados e públicos. É uma minoria que a gente está perseguindo, no Brasil a gente espera continuar combatendo as fraudes para que reverta isso em benefício da saúde. Se procura um plano particular é porque o setor público não atende as necessidades. O orçamento do Ministério da Saúde, em 2016, foi de R$ 190 bilhões para tratar 205 milhões de pessoas; as operadoras de plano gastaram R$ 170 bilhões com 50 milhões, ou seja, há uma disparidade”, completa.

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