Por Fernanda Araujo

A situação permanece crítica para os hotéis de Aracaju (SE) e em todo o estado, assim como em 2016. No feriadão da Semana Santa deste ano, a média de ocupação está em 60%, uma queda em torno de 10% em relação ao mesmo período de 2016. Apesar dos esforços em baixar o valor das diárias em 40%, segundo a Associação Brasileiros da Indústria de Hotéis (ABIH), em Sergipe, o setor não consegue reagir.

“Os hotéis estão com diárias baixíssimas, super atrativas e nunca vendidas no destino Sergipe. Esta semana, para a gente tentar um pouco mais da ocupação para chegar a 70% ou 75%, pelo menos, a gente baixou as diárias, mas continua em 60%”, lamenta Daniela Mesquita, presidente da ABIH, completando que no próximo feriado, dia 21, não deve ser diferente.

Sergipe tem uma média de 12 mil leitos, distribuidos por mais de 100 opções, entre hotéis e pousadas. Para passar um final de semana em Aracaju, o turista pode encontrar apartamentos duplos pelo valor de R$ 120 a diária na Semana Santa, taxa que, de acordo com a ABIH, nunca existiu em feriados.

Para Mesquita, o cenário é reflexo da crise que segue desde 2016 e da falta de um planejamento no turismo que coloque o estado como destino competitivo de lazer. “Esse fator dificulta os hotéis, por mais que coloquem diárias atrativas. A gente tem um aéreo que não favorece, então a gente continua dependendo do raio de 500 km, dos baianos, que geralmente são pessoas que vêm de carro”, ressalta.

Para reverter o problema, a ABIH reafirma que é preciso divulgação em conjunto do governo do Estado, prefeitura de Aracaju e empresários. “No momento quem está fazendo esse trabalho são os empresários da hotelaria. A ABIH Sergipe há 20 dias estava na Bahia fazendo divulgação, semana passada foi para São Paulo, mas isso é muito pouco. Precisa que o setor público se some”, reitera Daniela.

No ano passado, a ocupação no primeiro semestre também foi preocupante, com média de 70%, que já é considerado baixo para o setor. Neste mesmo período também houve redução nas diárias. Já este ano o setor hoteleiro também iniciou com dificuldades, apesar de ter maior quantidade de feriados prolongados consecutivos que o ano anterior. E os índices só pioram, diz a ABIH.

“Com a quantidade de feriados este ano, o Ministério do Turismo fez uma campanha animadora para a economia, mas para Sergipe não está sendo animador porque não é um destino consolidado no lazer, continua sendo corporativo, um público que não viaja. Acaba sendo um fator complicador a quantidade de feriados consecutivos”, completa a presidente.