Por Fernanda Araujo

As palavras de ordem para os empresários são ‘inovar’ e ‘otimismo’, é o que analisa alguns economistas. O atual cenário econômico do país e que, claro, atingi o Estado de Sergipe, tem deixado os empresários do setor produtivo bastante preocupados. Não bastasse, o Governo do Estado enviou à Assembleia Legislativa mais de 10 projetos contendo aumento nas alíquotas, incluindo mais 2% no Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em vários produtos e em diversos níveis do estado.

Na 6º Edição do Almoço com Negócios, da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), foi levantada a discussão sobre os indicadores, expectativas e oportunidades para o setor, diante a crise. Para o empresário e ex-secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, Jorge Santana, o momento é de dificuldade, mas o empresariado deve refletir sobre a crise e as oportunidades que podem ser exploradas.

“As crises fazem parte do capitalismo, elas são cíclicas e servem de momento de repensar e inovar em qualquer área da empresa, como melhorar processo, produto, loja e atendimento. O grande desafio é o empresário enxergar essas possibilidades. A crise é fato, mas há um exagero de notícias ruins, toda a crise é passageira. É preciso diminuir a carga de pessimismo que contamina, inclusive, os próprios consumidores e contribui para o agravamento da crise. Acho que devemos ser realistas, mas com um víeis de otimismo e não apostando o quanto pior melhor”, entende.

Durante a palestra, o empresário apresentou o perfil das contas públicas tanto da União como do Estado de Sergipe. “Existem componentes das contas públicas que representam privilégios, déficits muito altos e que precisam ser atacados para não sermos sempre penalizados com aumento de tributos”, explica, ressaltando ser preciso que os empresários se unam para cobrar uma reforma política, tributária e trabalhista profunda.

O segundo palestrante da tarde, Saumíneo Nascimento, superintendente do Banco do Nordeste, traçou alguns cenários da economia mundial e do país que, segundo ele, prospectam horizontes melhores. “O Brasil deve ter crescimento negativo nos dois próximos anos e depois deveremos ter recuperação. É preciso investir em inovação, capacitação, estudar o mercado adequadamente e trabalhar na racionalidade de custos. Sobre o ICMS o empresário terá que fazer uma boa gestão tributária,isso requer saber adequar os preços aos custos”, acrescenta.

“É muito importante debatermos esse tema para consolidar na sociedade empresarial de que estamos vivendo num momento de instabilidade, mas é muito mais importante estar atento aos seus negócios, quanto à reestruturação, replanejamento e buscar dentro desse cenário atual se reerguer”, acredita Wladimir Torres, presidente da Acese.

Sobre o ICMS, duas reuniões foram realizadas pela Acese junto a demais entidades empresariais. Um documento já foi formalizado e será entregue ao governador Jackson Barreto na próxima segunda-feira (28) e na terça (29), às 8h, na Câmara dos Deputados.

Fotos: Fernanda Araujo/F5 News