Mulher é investigada por golpes milionários usando nomes de terceiros em Sergipe
Inquérito aponta falsificações, dívidas em nome das vítimas e bloqueio de R$ 1,4 milhão Cotidiano | Por F5 News 05/12/2025 06h59 |A Polícia Civil de Sergipe concluiu, no final desta última quinta-feira (4), o inquérito que apurou um esquema de fraudes patrimoniais praticado por uma mulher que, segundo as investigações, se aproveitava da relação de proximidade com ex-cônjuges e funcionários de suas empresas para obter vantagens ilícitas. O caso é considerado complexo pelas autoridades devido à quantidade de vítimas, ao volume das dívidas geradas e ao modo de atuação da investigada.
De acordo com a Delegacia de Defraudações e Combate à Pirataria (DDCP), a mulher inseria as vítimas como proprietárias de empresas de sua titularidade, sem qualquer autorização. A manobra tinha o objetivo de obter benefícios futuros em nome dessas pessoas. Em diversos episódios, iniciados em 2019, ela teria falsificado assinaturas e, em outras situações, constrangido os alvos a assinarem documentos sem conhecimento do conteúdo.
Como resultado dessas ações, várias vítimas passaram a responder a processos de execução, enfrentando penhoras de bens e outros constrangimentos judiciais, apesar de não terem participado de nenhuma transação comercial. Mesmo possuindo patrimônio expressivo, a investigada deixou de quitar dívidas contraídas com instituições financeiras e órgãos públicos, repassando o prejuízo a terceiros.
O inquérito reúne depoimentos das vítimas, laudo pericial que confirma as falsificações e uma extensa documentação demonstrando as dívidas vinculadas às empresas. Durante as apurações, surgiram também indícios de que a mulher pretendia assumir novos negócios em outro país e de que tentou influenciar uma testemunha a não comparecer à delegacia, reforçando o risco de continuidade das condutas ilícitas.
Diante da gravidade dos fatos e da possibilidade de dissipação do patrimônio, as vítimas apresentaram representação criminal. A Polícia Civil requereu o sequestro e a indisponibilidade de bens da investigada, pedido que foi acolhido pela Justiça. Foram bloqueados ativos financeiros e determinados atos de constrição patrimonial até o limite de R$ 1,4 milhão, valor estimado do prejuízo causado.
A Polícia Civil de Sergipe ressaltou que continua atuando para assegurar a proteção do patrimônio dos cidadãos e a responsabilização de envolvidos em crimes de fraude e estelionato, especialmente aqueles em que há abuso de confiança e manipulação de vínculos pessoais.
