Morreu na madrugada de terça-feira, em Fortaleza, o engenheiro químico e pesquisador cearense Expedito José de Sá Parente, aos 70 anos. Mesmo entre as notícias relatando mais desmandos na esfera pública – com o quinto ministro caindo no período de nove meses -, o falecimento deste brasileiro alcançou alguma repercussão midiática. 

 

Porém, ao contrário do que se vê em relação a celebridades do meio artístico, sua morte não causou a comoção que o Brasil lhe devia. Expedito Parente, pós-graduado em tecnologia química na França e na Alemanha e ex-professor da Universidade Federal do Ceará, ganhou a alcunha de “pai do biodiesel”. 

 

A tecnologia que pesquisou nos anos 70 foi patenteada na década seguinte - a primeira patente mundial da produção de biodiesel -, trabalho reconhecido pela Organização das Nações Unidas. 

 

Legou ao Brasil um exemplo também de idealismo. Expedito Parente defendia que o biodiesel era capaz de cumprir três missões: a ambiental, ao substituir os combustíveis fósseis; a estratégica, ao colocar o país em situação vanguardista no cenário da energia limpa, e a social, ao impulsionar a distribuição de riqueza. A passagem dos anos afirmou a correção de sua análise. Que descanse em paz.