Por Will Rodrigues

A partir de janeiro de 2015, os usuários do transporte coletivo de Aracaju e região metropolitana vão pagar 14,9% mais caro pelo serviço. Os vereadores aprovaram no final da tarde desta quarta-feira (17) o reajuste da tarifa, que passará dos atuais R$ 2,35 para R$ 2,70. Doze vereadores foram a favor do aumento e sete contrários. O vereador Lucas Aribé (PSB) apresentou uma emenda que foi rejeitada em segunda votação. 

Entre os contrários, chamou atenção o voto do vice-líder da situação, Anderson de Tuca. Para ele, o percentual de reajuste foi elevado. “Vivemos em uma capital onde as distâcias entre localidades são mais curtas. Acredito que a gente tem que votar no aumento da passagem quando existir uma licitação, algo mais convicto. Se o reajuste fosse com base na inflação do período, nós poderíamos até pensar, mas com o salário mínimo que temos hoje, precisamos pensar na população mais carente que vai sofrer com essa medida”, justificou.

O movimento Não Pago passou o dia na porta da Câmara em protesto à medida que, segundo integrantes, foi tomada “sem discussão com a população e no apagar das luzes”. O grupo planeja realizar outras manifestações e intervenções contra o reajuste, pois para eles “existem fraudes no cálculo do atual valor tarifário, razão pelo qual tramita um processo no Judiciário questionando o atual valor, que, segundo laudo econômico, deveria ser apenas R$ 1.90”.

Emenda

A emenda apresentada pelo vereador Lucas Aribé (PSB) determinava a instalação de ar-condicionado em todos os veículos que operam no sistema de transporte coletivo de Aracaju, no prazo de até três anos. A emenda foi aprovada nas três comissões, mas rejeitada durante a segunda votação, com cinco votos favoráveis, 12 contrários e uma abstenção. Entretanto, o vereador Jailton Santana (PSC) se comprometeu a apoiar Lucas na busca pela concretização desta proposta, no próximo ano.

Setransp

O Sindicato das Empresas do Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) encaminhou à SMTT, no último dia 09, as atualizações dos custos que envolvem a prestação do serviço de transporte coletivo da Grande Aracaju. No material enviado foram pontuadas questões como a defasagem da tarifa de ônibus, que segue em, praticamente, dois anos sem reequilíbrio tarifário.

De acordo com o Setransp, nesses dois anos os custos para prestação do serviço sofreram consideráveis reajustes, entre eles, um acréscimo de 20,64% nas despesas com pessoal e 21,5% a mais de custo com combustível.

Fotos: Will Rodrigues