Por Joedson Telles

No final da manhã desta quita-feira, dia 29, o ex-deputado federal Pedrinho Valadares deu entrada na sua desfiliação do Democratas. Sem açodamento, ele revelou que sai do DEM por onde entrou: pela porta da frente. Apesar da aparente tranquilidade, o ex-parlamentar explicou que deixa o partido por não ter tido o espaço que gostaria. “Eu não vivo de política. Não preciso de política. Mas gosto de fazer política. E percebi que no DEM não há espaço”, disse, salientando que nunca foi votado pelas lideranças do DEM.             

Pedrinho minimiza, mas não esconde que esperava ter apoio do presidente e líder maior do DEM, o ex-governador João Alves Filho, para assumir a presidência do PSDB. “Eu recebi um convite do presidente (Nacional) do PSDB, Sérgio Guerra. Mas nunca houve um gesto do DEM para indicar meu nome. Nunca fui nem a 5ª opção. Esperei o desfecho, conversei com João e sai pela mesma porta que entrei”, disse, assegurando ter testemunha do convite de Guerra. O secretário de Educação, Belivaldo Chagas, por exemplo.   

Pedrinho revelou que a decisão de deixar o partido foi pensada e tomada “há um bom tempo”. Todavia, não queria fazer isso sem antes conversar com João Alves, o que só foi possível ser feito ontem à noite, por volta das 7h. “Por ele, eu não saia do partido. Ele me pediu para refletir, mas eu respondi que já havia pensado há muito tempo. Sérgio Guerra disse que já estava tudo certo, mas não tive apoio. Hoje se me dessem a Presidência Nacional eu não aceitaria”, assegurou.

Pedrinho revelou ainda que o empresário Adierson Monteiro enfrentou dificuldades para assumir a presidência do PSDB de Sergipe por ser ligado ao ex-governador Albano Franco - que acabou deixando a legenda. “Eu disse ao Sérgio Guerra: Adierson é um homem sério. Ele não merece essa indefinição. Mas percebi que o problema é que eles (membros da direção nacional do PSDB) têm raiva de Albano. Mas hoje vejo que Albano está certo. Sérgio Guerra dizer que estava tudo certo para que eu assumisse o partido e não manter sua palavra?”, indagou em forma de desabafo.

Pedrinho confirmou que existem convites de outros partidos – entre eles o PDT e o PSC. “O Fábio Henrique (presidente do PDT e prefeito de Socorro) é um amigo e me fez o convite. Também tem o André Moura (PSC) outro amigo. Votei nele. E outros partidos. Mas está muito cedo. Estou deixando o DEM hoje, e não vou disputar as eleições de 2012. Vou refletir”, disse Pedrinho salientando não ter problema algum se filiar num partido do grupo liderado pelo governador Marcelo Déda. “Não vejo problema. Estou deixando um partido de oposição. Mas posso também não me filiar a nenhum partido”. Em off, uma fonte revelou que Pedrinho já esteve com Déda e tem como opção também o PSD.