A União Brasileira de Mulheres (UBM/SE) e dirigentes feministas de sindicatos organizados no Estado de Sergipe estão determinadas a impedir que o vereador Agamenon Sobral (PP) faça pronunciamentos de apologia e incitação à violência contra mulheres.

Na semana passada, na Câmara de Vereadores, Agamenon Sobral usou a tribuna para sugerir a um suposto padre que desse ou mandasse dar uma "surra" e "dar um banho de sal grosso” em uma suposta noiva. Isso porque, segundo o vereador, a mulher teria ido à cerimônia de casamento sem calcinhas. O assunto repercute.  

O vereador é reincidente. No final de maio deste ano, o parlamentar já foi acusado de também no expediente da Câmara de Vereadores proferir discursos grosseiros e machistas dirigidos as enfermeiras do Hospital de Urgência de Sergipe.  Depois do episódio, em junho deste ano, militantes sociais e sindicais realizaram uma passeata de protesto contra o vereador em junho deste ano.  

Nesta sexta-feira (28), 16h, as feministas vão oficializar denúncia contra o vereador na Delegacia de Mulheres de Sergipe. Elas também vão apresentar cópias de um documento denominado “Carta contra a Incitação de Violência de Gênero por parte do Vereador Agamenon” à Ordem dos Advogados do Brasil/SE, Ministério Público Estadual, Secretaria Nacional de Políticas Públicas para Mulheres e para a presidenta da República, Dilma Rousseff.

Na Delegacia da Mulher estarão presentes as representantes do Sindicato das Enfermeiras, Sindicato das Secretárias, Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE), Sindicato dos Funcionários dos Serviços Públicos de Sergipe (Sintrase), Sindicato dos Trabalhadores Municipal da Saúde (Sintasa), Sindicato dos Radialistas, Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura de Sergipe (FETASE) e Secretaria Nacional da Mulher da CTB).  

Para a professora e coordenadora da UBM/SE, Maria de Lourdes Souza, “o mais grave é que esse vereador é reincidente em discursos violentos de gênero e, até então, ele nunca foi punido e se quer se retratou”, afirmou.  

A presidenta do Sindicato dos Bancários de Sergipe Ivânia Pereira lembra que desde 2003, o Brasil aderiu à campanha internacional dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher. “Este ano, a campanha começou nessa terça-feira (25) tem a missa de justamente ampliar o debate e denunciar a violência contra as mulheres. Não podemos permitir que em Aracaju um vereador além de fazer apologia ao crime e a tortura de gênero, fira os princípios fundamentais elencados no artigo 5º da Constituição Federal, dentre eles os direitos à diversidade e igualdade de gênero”, afirma Ivânia Pereira.