O governador de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), fez duras críticas à prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL) nesta sexta-feira (13). O motivo seriam as recentes articulações políticas atribuídas à prefeita e ao seu agrupamento, de olho nas eleições de 2026.

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“Como é que eu lhe estendo a mão e você me devolve com o tapa?”, questionou o governador em entrevista à Fan FM. Mitidieri afirmou que, desde o início da administração de Emília, sua base parlamentar foi orientada a colaborar com a prefeitura, mas que o apoio está condicionado ao respeito mútuo — o que, segundo ele, não está mais sendo observado.

“Desde o início da gestão, nós colocamos a nossa bancada para ajudar a gestão. E tem sido feito assim. Agora, sempre exigindo respeito. Já está tendo [mudança de postura], porque não existe sub-vereador, vereador de segundo escalão, porque não foi eleito na base. Se você está se propondo a ajudar e dar sustentação, você tem que ter o mesmo respeito daqueles dois que foram eleitos lá. Porque a palavra aqui é respeito”, afirmou o governador.

Segundo ele, a situação já chegou a um ponto em que orientou os vereadores da base a se sentirem livres para repensar o apoio à prefeita. “Disse aos vereadores que ficassem à vontade, porque a gente tem que ficar onde a gente se sente bem, onde a gente se sente bem tratado, onde a gente se sente reconhecido. Não é por cargo, não é por espaço, é por respeito. E eu acho que isso tem que ser feito. E ontem faltaram respeito com uma das líderes do nosso grupo", afirmou.

Mitidieri também destacou que considera incoerente seguir mantendo alianças políticas com uma gestão que, segundo ele, trabalha nos bastidores para enfrentá-lo politicamente no próximo pleito estadual. “Não é correto que eu esteja colocando a minha bancada à disposição para poder ajudar a gestão e a nossa cidade, que eu esteja investindo como eu estou investindo em obras e no município, em parcerias com a prefeitura, e a prefeitura esteja articulando para tentar me derrotar no ano que vem”, criticou.

E continuou: “Se você quer pisar no meu pé, se você quer publicamente me derrotar no ano que vem, eu acho que eu tenho que me movimentar. Eu não posso dar a sua sustentação nem colocar uma bancada para lhe apoiar se você quer me derrubar, não é lógico. Eu tenho dito que estou focado na gestão, mas eu sou gestor de dia e de noite, eu não fecho os olhos.”

Para o governador, os efeitos dessa tensão política já são imediatos. “Como é que eu lhe estendo a mão e você me devolve com o tapa? E é normal isso? É assim que faz política? Eu não entendo dessa forma”, disse.