Por Will Rodrigues

Os usuários do sistema integrado de transporte coletivo da Grande Aracaju podem começar a pagar R$ 3 pela passagem a partir de fevereiro de 2016. Para se chegar a esse valor o reajuste na tarifa atual de R$ 2,70 seria de 10,71%, o que corresponde a inflação do período, conforme vem sendo sugerido pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT). A decisão do reajuste depende da Câmara Municipal de Aracaju (CMA).

Entre os vereadores, a informação é de que nenhum projeto de aumento da tarifa foi encaminhado pelo Executivo, mas como F5 News antecipou, a matéria deve ser votada na próxima semana. Nos bastidores circula a informação de que o projeto será lido na sessão extraordinária da próxima segunda-feira (21). Se isso ocorrer, o presidente Vinicius Porto (DEM) só poderá colocar a propositura na pauta de votação depois de 24 horas. Para conseguir tal feito, ele vai precisa atrasar a votação do Orçamento 2016, que aguarda apenas as duas últimas votações (3ª e redação final) e deve ser a última matéria a ser apreciada pelo legislativo no ano. Essa semana, uma manobra da bancada de situação retirou o quórum de uma das sessões de votação e prorrogou as atividades no Parlamento, que deveriam ter sido encerradas no dia 15 de dezembro.

O percentual de aumento da tarifa poderia ser bem maior, se fosse levada em consideração a planilha de custos apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp). O setor alega que neste ano os custos aumentaram 23,84%, enquanto o número de passageiros caiu 6,6% e por isso o reajuste é necessário para manter o equilíbrio econômico das empresas.

Com estes percentuais, o preço da passagem poderia saltar para R$ 3,35. Porém o Setransp também explica que o valor definido pelo Executivo é sempre menor do que o necessário, como no ano passado, quando os empresários queriam R$ 2,98 e foi aprovado R$ 2,70, que já representou 14,9% a mais sobre o valor que era cobrado em 2014 (R$ 2,35).

O movimento Não Pago, encabeçado por estudantes e trabalhadores, contesta os cálculos utilizados pela SMTT e pelo Setransp para definir os custos e o valor da tarifa e planeja uma manifestação na próxima segunda-feira (21) a partir das 8 horas, na Praça Fausto Cardoso, no Centro da capital sergipana. “Seguiremos até a Câmara para barrar esse assalto contra a população. O transporte coletivo é um serviço público, considerado um Direito Social pela Constituição, e não deve continuar servindo como uma caixa-preta de corrupção, enquanto a população e rodoviários são diariamente massacrados”, diz o movimento em nota. 

Foto: Fernanda Araujo/Arquivo F5 News