Por Aline Aragão e Will Rodriguez

Moradores da cidade de Santo Amaro das Brotas, a 35 km de Aracaju (SE), realizaram uma manifestação em frente à sede da Petrobras em Aracaju, na manhã desta segunda-feira (11). Eles cobram o posicionamento da estatal em relação à desocupação de um terreno no município, onde se pretende instalar uma fábrica de cimento.

No terreno onde será explorado o calcário, matéria prima na produção do cimento, existe um poço de petróleo que, segundo o assessor da Prefeitura, Moisés Guedes, produz apenas 24 barris por dia, gerando apenas R$ 2 mil em impostos para o município. “Estamos tentando um contato com os dirigentes da Petrobras desde o começo do ano, já enviamos ofício e até agora não tivemos resposta alguma”, disse Moisés.

O assessor explicou também que a fábrica de cimento Apodi, do Grupo MDias Branco, irá gerar, já na implantação, três mil empregos, e R$ 1 milhão em recursos para o município. Segundo Guedes, o investimento é de mais de R$ 1 bilhão de reais, representando um crescimento de 5,9% no PIB de Sergipe. “Se perdemos a fábrica, não perde apenas a população de Santo Amaro, mas todo Vale do Cotinguiba e o estado”, lamentou.

Estado

Em reunião realizada em julho do ano passado com o representante da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Waldir Barros, o governador Jackson Barreto cobrou uma solução para o impasse que está ocorrendo entre a Petrobras e Companhia Industrial de Cimento Apodi. Anteriormente Jackson esteve na sede da estatal no Rio de Janeiro para tratar do assunto com a diretoria de Exploração e Produção, Solange da Silvana Guedes. Na ocasião, ela informou ao governador que iria buscar junto à ANP uma forma de realizar uma exploração conjunta do petróleo e do calcário.

Waldir Barros afirmou que levaria o problema para a diretoria geral da ANP e se comprometeu em buscar uma solução para o impasse dentro das disposições legais da Agência. Mas até agora nada foi feito, e por conta impasse já existe a ameaça de que a fábrica vá para o estado de Minas Gerais.

 F5News entrou em contato com a assessoria de comunicação da Petrobras que ficou de se pronunciar, mas não enviou resposta até a publicação desta matéria.

Fotos: Will Rodriguez/F5 News