O estado de Sergipe recebeu autorização para que as empresas que atuam na área de leite e derivados no estado possam comercializar seus produtos em todo o restante do território nacional. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, entregou o documento ao governador Fábio Mitidieri nesta quarta-feira (25), em Brasília. 

Segundo Mitidieri, a autorização era um antigo sonho do setor, em especial das queijarias. Antes, produtos equivalentes de produtores de outros estados podiam ser vendidos em Sergipe, enquanto os produtores sergipanos só podiam comercializar seus leite e derivados lácteos no próprio estado.

"Quero agradecer, ministro. Há pouco, quando demos a notícia aos produtores, ouvimos pessoas se emocionando. Só de falarmos que conseguimos, já temos três empresas querendo ampliar suas atividades", afirmou o governador.

Em 2022, Sergipe já tinha recebido o certificado de adesão do estado ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA). No entanto, a equivalência só estava valendo para o setor de abate e processamento de carnes.

“Isso vai ser uma transformação para a gente, na geração de emprego e renda e na concorrência, pois vai nos possibilitar que possamos ter nossos produtos vendidos em outros estados, o que significa uma concorrência salutar a todos”, completou Mitidieri. 

O que muda?

O Serviço de Inspeção é responsável por garantir a qualidade e a segurança alimentar dos produtos de origem animal e pode ser classificado entre Federal (SIF), Estadual (SIE) e Municipal (SIM). Através dele, é possivel definir a abrangência territorial da comercialização dos produtos feitos por uma determinada agroindústria, segundo o engenheiro agrônomo e superintendente do Ministério da Agricultura em Sergipe, Haroldo Araújo Filho, colunista de F5 News. 

O Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA) foi criado como forma de padronizar os procedimentos de inspeção. "Através dele, os estados e os municípios podem solicitar a equivalência dos seus serviços e, por consequência, os estabelecimentos cadastrados podem comercializar seus produtos para todo o país sem a necessidade de possuir o selo SIF", Haroldo Araújo Filho destaca em uma de suas análises no F5 News.

Até então, Sergipe era o único estado nordestino que ainda não tinha aderido ao SISBI. Na prática, após a ampliação do escopo aprovada nesta quarta-feira, a equivalência vale também para empresas de leite e derivados. Com a adesão, as agroindústrias do estado abrem um leque de possibilidades de negócios muito mais amplo, literalmente do tamanho do Brasil. 

Com informações do Ministério da Agricultura e Pecuária e da Agência Sergipe