A chamada pública de projetos para a neoindustrialização do Nordeste, lançada em maio no âmbito da Nova Indústria Brasil (NIB), superou as expectativas e recebeu propostas que somam R$ 127,8 bilhões em todo o país, quase 13 vezes acima da estimativa inicial de R$ 10 bilhões.

Tania Rego/ABR

Em Sergipe, as propostas apresentadas totalizam R$ 11,8 bilhões, com destaque para o setor de hidrogênio verde, que concentrou R$ 10,1 bilhões da demanda. Também foram registradas iniciativas nas áreas de transição energética (R$ 1,5 bilhão), bioeconomia em fármacos (R$ 26,6 milhões) e data centers verdes (R$ 125,1 milhões). Outras propostas inscritas em mais de um tema somam R$ 10,2 milhões.

No total, foram 246 projetos inscritos pelos nove estados nordestinos, abrangendo cinco áreas estratégicas: transição energética com foco em armazenamento, bioeconomia, hidrogênio verde, data center verde e setor automotivo.

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a mobilização foi resultado de encontros realizados em todos os estados da região. “Nosso compromisso é que os projetos consistentes serão atendidos, mesmo que para isso seja necessário elevar os valores inicialmente previstos”, afirmou.

A participação das pequenas e médias empresas (PMEs) foi expressiva: 88% das propostas envolvem esse segmento, 73% incluem cooperação com instituições de ciência e tecnologia e cerca de 30% foram apresentadas em consórcio com outras empresas.

Para o presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles, a forte adesão confirma o potencial produtivo da região. “Estamos diante de um ponto de virada, onde o Nordeste se consolida como a maior fronteira de investimento do país e um polo de desenvolvimento que irá liderar a nova industrialização nacional”, destacou.

As propostas agora passam por análise de enquadramento e avaliação conforme critérios do edital. Essa fase segue até 28 de novembro. Os planos selecionados terão suporte conjunto das instituições financeiras envolvidas, que vão estruturar as melhores formas de apoio.

A chamada é resultado de uma parceria inédita entre BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Finep, com apoio técnico da Sudene e do Consórcio Nordeste.